segunda-feira, janeiro 30, 2006

Assédios

"I read your blog and I find it inquisitive..."
Bastards...

sexta-feira, janeiro 27, 2006

Sitiados

Os prédios de betão cinzento animavam-se e dançavam juntos, espezinhando as pessoas que sôfregamente tentavam escapar à loucura da civilização.
De repente a valsa parou e tudo ficou sossegado. Os sobreviventes, de olhos esbugalhados, respiravam o ar cheio de impurezas e deixaram nesse momento de lutar uns contra os outros.

terça-feira, janeiro 24, 2006

Chess

Ahhh! Há tanto tempo que não fazia uma partidinha.

segunda-feira, janeiro 23, 2006

O vácuo

sábado, janeiro 21, 2006

!

Sou tão feliz que até estou triste. Não me lembro de sentir tanta tristeza antes.

quarta-feira, janeiro 18, 2006

Razão de viver

São miraculosos, preciosos, os momentos em que o tempo não existe. Ele deixava-se estar deitado à beira do riacho, com uma mão mergulhada na água fresca. Os olhos engoliam as nuvens brancas e com uma mobilidade suficiente para ele ir imaginando formas e metamorfoses de formas. Fazia anos nesse dia e tal como todos nós foi vitíma de...do carácter cíclico que emprestamos ao tempo na denúncia flagrante de um medo íntimo de morrer sem ter vivido. Porém ele não acreditava na existência do tempo e vivia tão fora dessa concepção quanto dentro da do espaço. O Espaço era para ele tudo. O espaço em que se encontrava com o mundo ou o espaço em que se perdia, dentro dele, em dimensões que em muito transcendiam as três do físico que conhecemos. Assim, naquele dia de aniversário, desligara o telémovel e abandonara-se a uma tarde recheada de nada e de tudo, sozinho com a companhia de todos, livre e condicionado, esperançoso, triste e alegre, e consciente de que não estava um ano mais velho; estava sim com mais um dia para usufruir, gozar, viver, sentir... Estas reflexões foram interrompidas pela forma brusca de uma nuvem que de repente se tornou negra e invocou rapidamente a ideia de morte. Teve um sobressalto. A mão, mergulhada na água, enviou-lhe ao cérebro a mensagem de uma dor intensa. Olhou na direcção da dor e ainda conseguiu vislumbrar o ondular de uma serpente de cabeça triangular. Observou com curiosidade os dois buracos que o bicho lhe fez na base do polegar. Sentiu-se tonto, sorriu, e baixou a cabeça num abandono total de tudo. Começou a sentir o braço dormente e sorriu de novo; então teve uma vertigem, e na mente dele surgiram dois olhos imensos de um negro muito brilhante, como duas pequenas pedras de basalto, molhadas de água salgada numa madrugada em que se viajou eternamente na concepção de uma criança desejada. Viu os olhos dela a olhá-lo de muito longe como se quisessem dizer-lhe algo que as palavras não podem nem devem exprimir. Ergueu a cabeça que nesta altura estava pesada. Mordeu a mão com raiva e arrancou um pedaço de carne que cuspiu com desprezo; depois, chupou várias vezes o sangue envenenado, saltando decididamente do trampolim da morte para mergulhar novamente e com harmonia no rio a que chamamos vida, com uma única grande felicidade a bailar-lhe entre a retina e as pálpebras docemente pousadas: não tanto aqueles grandes, vivos e belos olhos negros mas aquilo que eles num momento decisivo lhe quiseram dizer.

terça-feira, janeiro 17, 2006

Ideias perdidas, O Idiota a casinha e as uvas

Tenho tido ideias, mas elas perdem-se no tempo sem que as escreva. Não tenho tido tempo para o blog.
Perdi o livro que estava a ler. Foi como se tivesse perdido uma unha. Doeu. Mas agora sei que volta a crescer...
Vou lançar-me ao "O Idiota" do Dostoievski...Talvez lá compreenda um pouco melhor a minha própria natureza.
Mas entretanto...ainda não vos disse: estou a tratar de comprar uma casinha...LINDA! Tem vista ampla para o oceano. Árvores de fruto, um lagar...vinhas...
Ok... Quando for minha convido-os para pisar a uva.

terça-feira, janeiro 10, 2006

Henry Miller

"Há uma elasticidade cósmica, se asim lhe posso chamar, que é extremamente enganadora. Dá ao homem a ilusão temporária de que é capaz de mudar as coisas. Mas o homem acaba sempre por tornar a cair em si. É aí, na sua própria natureza, que pode e deve praticar-se a transmutação, e em nenhum outro lugar. E quando o homem percebe a que ponto isto é verdade, reconcilia-se com todas as aparências do mal, da fealdade, da mentira e da frustração; a partir de então, deixa de aplicar ao mundo a sua imagem pesoal de tristeza e dor, de pecado e corrupção."

sexta-feira, janeiro 06, 2006

Simprático

Em vez de "Public Post" aparece "Publicar postagem"!!! As coisas estão a aparecer outra vez em português...Desde que não comece a aparecer em hebraico...
Sabem que no dicionário, entre outras coisas, "simpático", quer dizer "fraco"?. Pois eu cá não acredito...!
Já repararam naquelas fotos do Cavaco e do Soares em que estão com um semblante bem carregado...?
Hoje ajudei a minha vizinha a limpar o poço que abastece de água a minha casa. às tantas ela dizia-me "não ponha os pés na água!" Eu olhei e tinha de facto o pé esquerdo completamente mergulhado na água...Eu disse a rir" eu já tou todo molhado!" mas pensei "Minha senhora....eu ponho os pés em todo o lado! Até no Inferno já entrei com eles!"
Bem sei que posso sempre ir lá parar outra vez mas entretanto...e só porque temos todos um dos maiores direitos divinos...o da unicidade, porque não hei-de ser fr...simpático com toda a gente? Hum?

quinta-feira, janeiro 05, 2006

8H de brincadeira

Bom...está tudo em Inglês outra vez... e eu aproveito um bocadinho do muito tempo livre que tenho para deixar aqui algumas palavras de apreço por um dia alguém se ter lembrado de possibilitar na net a publicação automática de palavras e fotos em espaço próprio.
Não posso publicar aqui a foto que tirei hoje porque só o fiz com os olhos. Então descrevo-a. Ela está a sorrir. Tinha acabado de fingir que lhe batia com o guarda-chuva; depois sorriu da brincadeira e da reacção dele. Um sorriso muito grande!
Há alguma coisa melhor do que brincar e sorrir com os outros?
Um amigo uma vez me disse: Só devemos levar a sério duas coisas: O trabalho e o respeito pelos outros. O resto deve ser levado a brincar.
8 horas de trabalho por dia...8 horas de sono e o resto para brincar, hum...?

quarta-feira, janeiro 04, 2006

Feliberdade

O meu primeiro Ídolo foi Cristo.Mas ainda em criança fiquei decepcionado ao saber que a crucificação afinal não foi única mas sim habitual naqueles tempos....
Depois veio Sócrates. Esse nunca me decepcionou.Ainda o amo com tudo o que representa, mas já não é um ídolo...é um exemplo.
Não quero Ídolos ou idolatrar.
Claro que o meu pai está sempre presente e cada vez mais percebo o quanto me apoia. É uma grande homem!
Mas quero sobretudo ser eu próprio o meu ídolo com toda a admiração que nutro pelo tudo que me rodeia...E principalmente caminhar. A caminhar é que estou bem...e ainda bem...afinal não é parar morrer?
Isto tudo porque já tinha decidido falar disto mas hoje aconteceu-me uma coisa maravilhosa. Apareceu-me uma criatura a pedir ajuda. Ajudei sem reservas. Mas essa pessoa estava mal e oprimida. Foi então que a vida dela, perante os meus olhos se modificou de repente. E ela simplesmente ficou feliz...Ali...ao pé de mim. Xissa! Como é bom que as pessoas se libertem!

terça-feira, janeiro 03, 2006

Ai, ai, ai, ai , ai...!

Então não é que tenho 3 comentários no post anterior, com as minhas respostas, seis...e o digito indicador continua em zero??? Zero comentários... mas quando se clica para comentar vê-se que já há lá algo!
Ai, ai, ai, ai, ai...!

segunda-feira, janeiro 02, 2006

O link está aí ao lado...

Quando hoje pude entrar de novo na barca...bom...foi tão bom...o voar na boleia das irmãs gaivotas...a areia fina onde começa a linha do mar...o acto frutuito de plantar árvores nos jardins dos outros...Meu Deus...Tanta coisa linda neste mundo que está para além de qualquer tipo de sofrimento...depois...não se perceber bem quem fez deixou-me com um sentimento de preplexidade inusitado: ao mesmo tempo que não se percebe quem fez não se percebe o que se fez... mas está feito...e é tão doce aquilo que lá se fez...a mim...deixou-me a flutuar num universo onde não existia mais do que um imenso e denso oceano branco rodeado por ar da mesma cor...tudo era branco...se não fosse a barca... ter-me-ia afundado e perdido para sempre...que viagem...sinceramente Lyra...não sei mais o que dizer...