sábado, novembro 14, 2015

Onde estás tu que não estás aqui?

É preciso reinventar a vida.
Cair em sentimentos mórbidos para deles sair, matando a angústia com o contentamento pelo aparecimento de uma coisa nova; pela criação de um novo sentimento baseado na auto-satisfação de se ter avançado um pouco na vida; de se ter atravessado mais um túnel sem luz. E assim, anda-se de queda em renascimento, de renascimento em queda.
Improvisando como uma necessidade vital, criando espaços novos dentro de nós mesmos, nos quais podemos arranjar espaço para...para cair de novo no vazio, na urgência de um novo algo novo, de uma nova criação, de um novo improviso. É preciso reinventar a vida.
E a falta que me fazes é imensa, dolorosa, mortífera. Contigo tudo seria mais fácil. O teu sorriso ilumina-me os olhos que dele extraem luz, conforto, alegria e amor. O teu riso é um regozijo.. O teu choro uma razão, a tua tristeza um desafio. Sem ti tenho de ser duplamente mais forte por que sou duplamente mais fraco. Sem ti navego e deambulo de livro em livro, de pessoa em pessoa, de lembrança em lembrança rumo a um esquecimento em que nem as palavras têm mais significado. Estas palavras que enchem o meu mundo rumo ao teu. Que surgem do teu mundo rumo ao meu. Sem ti não há troca, não há desenvolvimento, não há cumplicidade. Sem ti tudo está parado menos eu que continuo experimentando, como numa maldição, a vida e o rejuvenescimento versos a queda e as trevas gozando, como única salvação do meu lado e um sempre-novo e indescutível aliado, da criação e da improvisação, gozando da reinvenção da própria vida sem a qual adoeço de repente e morro num instante.
E tu...tu não estás aqui para que te possa dizer todos os dias com beijos e carícias como és grande, bela, importante e vital para mim. Não, tu não estás aqui.
Tu não estás...aqui.