O Superior Hierárquico
No fim da conversa, o professor percebeu que o seu superior hierárquico detinha uma personalidade pouco consistente. Entrava em contradição e fugia às perguntas colocadas. Ao fugir, refugiava-se no seu discurso, que acabava por ser repetitivo. O Professor calmamente ouviu atentamente todas as suas palavras e quando estas acabavam repetia a pergunta não respondida. Teve de fazer a mesma pergunta 3 ou 4 vezes. O professor acabou por lhe arrancar a resposta que queria: a única possível para alguém de bom-senso. O seu superior hierárquico concordava com ele: O professor fazia bem em querer saber quais os procedimentos disciplinares dos encarregados de educação de dois dos seus alunos, repreendidos com uma falta disciplinar. Houve uma aliança entre os dois.
Mas o professor queria mais: Saber se o gabinete do conselho executivo tinha horário fixo para abrir, dado que toda a população da escola a quem perguntara lhe respondera sempre: "Não está ninguém antes das 9h 9h30." ou ainda:" Abre às 9 e tal" Nesse momento a autoridade máxima da escola entrou no gabinete e passado dois minutos começou a falar com o superior hierárquico acerca dos tópicos já falados e concluídos. O professor estava ali a mais e disse: "Olhem, desculpem interromper, tenho de me ir embora...
A autoridade máxima disse, diz. E num segundo ele decidiu fazer a pergunta a ela. O diálogo foi o seguinte:
"A que horas posso contar com o Conselho Executivo?"
"Como?"
"De manhã...!"
E ela falou um pouco antes do superior hierárquico. Ela disse, Às 9h! Ele um micro segundo depois afirmou: "Não tem horas!"
O professor confirmou com a autoridade máxima: às 9h?
Ela respondeu: Sim, porquê?
Ele respondeu a verdade: É só para saber!
E saiu do gabinete tendo perdido toda a confiança no seu superior hierárquico, que nesse dia abrira a porta do gabinete, com o professor atrás dele, às 9:15.