Demissão
Exmº Srº Dr. Anacleto Vidalvas:
Venho agradecer-lhe o convite para a sua festa de aniversário mas por forças de motivo maior não poderei comparecer. Ao longo de todo o tempo em que o conheci compareci a todas as suas festas. Espero que a exposição dos factos poderá levá-lo a compreender e a retirar de mim o peso da minha falta.
Há trinta anos que trabalho para si e durante todo esse tempo não teve nunca nada a apontar-me a não ser o reconhecimento e admiração que sempre tive por si. E é agora chegado o momento de lhe dizer que essas coisas não se reconhecem com palavras mas com actos. Vi ao longo destes trinta anos acontecimentos que me fizeram crescer e ampliar a fraca consciência que tenho do mundo. Porém esses acontecimentos foram na sua maioria carregados da carga negativa que irradia de qualquer forma de autoritarismo. Despedaçou e humilhou muita gente antes de finalmente os despedir, lançando-as em situações precárias e inadmissíveis, não olhando aos direitos cívicos de cada um. É espantoso e admiro solenemente o facto de nunca ter sido posto em causa por qualquer pessoa ou entidade. Eu nunca o fiz porque sou um fraco. Um fraco que não tinha mais lado para onde me virar. E, apesar de me encontrar hoje nessa mesma situação, abandono a sua grande empresa, da qual tive a honra deprimente de pertencer aos quadros de chefia; deprimente porque nunca foi por mérito que lá fui parar e sim por lhe lamber sempre as botas enlameadas de egoísmo e ausência da capacidade de dar; abandono a sua empresa por achar que 30 anos de cumplicidade é suficiente.Não envio à sua esposa cumprimentos porque tive a felicidade de a conhecer e amar e, na altura em que estiver a ler estas linhas, já eu e ela estaremos num lugar qualquer para podermos em paz viver uma vida simples e honesta, no seio de uma comunidade que, como compreenderá não poderei aqui divulgar. Não se arrelie Sr. Dr, peço-lhe, sobretudo, que não se arrelie.
Venho agradecer-lhe o convite para a sua festa de aniversário mas por forças de motivo maior não poderei comparecer. Ao longo de todo o tempo em que o conheci compareci a todas as suas festas. Espero que a exposição dos factos poderá levá-lo a compreender e a retirar de mim o peso da minha falta.
Há trinta anos que trabalho para si e durante todo esse tempo não teve nunca nada a apontar-me a não ser o reconhecimento e admiração que sempre tive por si. E é agora chegado o momento de lhe dizer que essas coisas não se reconhecem com palavras mas com actos. Vi ao longo destes trinta anos acontecimentos que me fizeram crescer e ampliar a fraca consciência que tenho do mundo. Porém esses acontecimentos foram na sua maioria carregados da carga negativa que irradia de qualquer forma de autoritarismo. Despedaçou e humilhou muita gente antes de finalmente os despedir, lançando-as em situações precárias e inadmissíveis, não olhando aos direitos cívicos de cada um. É espantoso e admiro solenemente o facto de nunca ter sido posto em causa por qualquer pessoa ou entidade. Eu nunca o fiz porque sou um fraco. Um fraco que não tinha mais lado para onde me virar. E, apesar de me encontrar hoje nessa mesma situação, abandono a sua grande empresa, da qual tive a honra deprimente de pertencer aos quadros de chefia; deprimente porque nunca foi por mérito que lá fui parar e sim por lhe lamber sempre as botas enlameadas de egoísmo e ausência da capacidade de dar; abandono a sua empresa por achar que 30 anos de cumplicidade é suficiente.Não envio à sua esposa cumprimentos porque tive a felicidade de a conhecer e amar e, na altura em que estiver a ler estas linhas, já eu e ela estaremos num lugar qualquer para podermos em paz viver uma vida simples e honesta, no seio de uma comunidade que, como compreenderá não poderei aqui divulgar. Não se arrelie Sr. Dr, peço-lhe, sobretudo, que não se arrelie.
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