O Ecologista
Foi convidado pelo ministério para dar uma palestra sobre o ambiente, num congresso nacional sobre ecologia. Era presidente da Associação de Ecologia de Lisboa há 3 anos. Homem dotado para as letras, excelente orador, ficou contente e aceitou prontamente o convite, depois de confirmar com a secretária que para esse dia tinha algum tempo, no meio dos seus afazeres.
Falou de tudo o que se passava no país, extendendo mesmo os dados para a realidade europeia, referindo-se a algumas entidades com a tranquilidade de uma manifesta autoridade, efectuando sobre elas alguns juízos de valor.
O seu discurso demorou somente 45 minutos, mas conseguiu arrancar da plateia uma grande e sincera ovação. A sua palestra acabou, e ele, recompensado pela boa receptividade do público, sorriu, agradeceu, levantou-se e dirigiu-se para a saída, onde o esperava uma dúzia de jornalistas sedentos de algumas palavras. Homem já acostumado a estas coisas, informou, sem deter os passos, que não podia falar por ter que honrar um compromisso, dali a 20 minutos. Mas os jornalistas não o largaram e bombarearam-no de perguntas às quais só respondia com reprovadores movimentos da cabeça. Quando chegaram ao carro ele abriu a porta, e antes de entrar, uma pergunta destacou-se no meio da confusão: "Pode, por favor, fazer somente uma pequena declaração para os media?" A pergunta foi feita num tom claro e pertinente e ele consentiu. Virou o rosto para os microfones e câmaras e disse: "O nosso mundo está na corda bamba, a rebentar pelas costuras; ou nós todos, num esforço conjunto, mudamos o comportamento relativo às questões do ambiente, ou condenaremo-lo a uma morte muito próxima, com tudo o que isso implica. Obrigado!"
Entrou no carro, fechou a porta e arrancou. Os jornalistas então desataram todos a rir ao mesmo tempo, depois de um curto período de silêncio. Um riso franco e aberto, saudável, como quando nos contam uma anedota surpreendentemente engraçada.
O carro do homem arrancava barulhento, e atrás de si deixava, saída do tubo de escape, uma enorme e densa nuvem de fumo negro.
Falou de tudo o que se passava no país, extendendo mesmo os dados para a realidade europeia, referindo-se a algumas entidades com a tranquilidade de uma manifesta autoridade, efectuando sobre elas alguns juízos de valor.
O seu discurso demorou somente 45 minutos, mas conseguiu arrancar da plateia uma grande e sincera ovação. A sua palestra acabou, e ele, recompensado pela boa receptividade do público, sorriu, agradeceu, levantou-se e dirigiu-se para a saída, onde o esperava uma dúzia de jornalistas sedentos de algumas palavras. Homem já acostumado a estas coisas, informou, sem deter os passos, que não podia falar por ter que honrar um compromisso, dali a 20 minutos. Mas os jornalistas não o largaram e bombarearam-no de perguntas às quais só respondia com reprovadores movimentos da cabeça. Quando chegaram ao carro ele abriu a porta, e antes de entrar, uma pergunta destacou-se no meio da confusão: "Pode, por favor, fazer somente uma pequena declaração para os media?" A pergunta foi feita num tom claro e pertinente e ele consentiu. Virou o rosto para os microfones e câmaras e disse: "O nosso mundo está na corda bamba, a rebentar pelas costuras; ou nós todos, num esforço conjunto, mudamos o comportamento relativo às questões do ambiente, ou condenaremo-lo a uma morte muito próxima, com tudo o que isso implica. Obrigado!"
Entrou no carro, fechou a porta e arrancou. Os jornalistas então desataram todos a rir ao mesmo tempo, depois de um curto período de silêncio. Um riso franco e aberto, saudável, como quando nos contam uma anedota surpreendentemente engraçada.
O carro do homem arrancava barulhento, e atrás de si deixava, saída do tubo de escape, uma enorme e densa nuvem de fumo negro.
3 Comentários:
Ao ler, conseguimos até visualizá-los.
Gostei da familia.
Cumprimentos
;)
Aplica-se na perfeição a máxima "faz o que eu digo,nunca o que eu faço"..rs
Cumprimentos
;)
Damalarussa, este blog estava mesmo a precisar de uma fã. Se é que posso chamar-te isso.
O dessidi andava muito pouco povoado.
Agora tenho-te a ti.
Um abraço!
Enviar um comentário
Subscrever Enviar feedback [Atom]
<< Página inicial