as patinhas

Hoje entrei num café chamado as patinhas. Estavam duas dentro do balcão e duas fora. E eu pedi um café. Foi interessante.
Elas falavam e as palavras atravessavam-me o corpo. Palavras boas, acompanhadas de constantes sorrisos e risos. Palavras de boa disposição. Trespassado por essa boa disposição eu fiz o café durar; quando acabou, bebi calmamente o copo de água e, tendo chegado a altura em que a minha presença já teria sido indicadora de outros interesses alheios ao da cafeína, saquei da nota de 5 euros e paguei. A patinha que recebeu o dinheiro agradeceu e acompanhou o adeus com um sorriso nos olhos tão ameno que só me apetecia ter saído do café a abanar os braços e a grasnar.
Mas o meu psiquiatra aconselhou-me a deixar-me de "raridades"; o conselho é tudo menos mau pelo que retribui o sorriso com um sorriso e saí do as patinhas como um homem que respira mel.