sábado, maio 21, 2005

Liberdade

Segurava o corrimão das escadas da biblioteca. A sua mão não conseguia dar a volta total ao ferro protector. A sua mão era pequenina e ela uma menina. Descia sorrindo para a mãe que começou a subir. Muito boa aparência, saias pelo joelho e camisa que não lhe cobriam os ombros. Que mãe mais bonita. A filha viu a sua mãe ultrapassá-la e atingir o andar superior e dando meia volta seguiu-a em silêncio.
É tão bom ver uma criança livre; uma criança que exerce a sua liberdade seguindo o adulto sem que este tenha de a condicionar com um "vem!"
Aquilo a que chamamos de liberdade não deve estar muito longe desta definição extraída da situação relatada: de livre vontade fazer o que nos convém; acrescentando, para tornar mais completa a definição, que também somos livres para fazer o que não nos convém. E é talvez aqui que reside a máxima materialização de uma acção verdadeiramente livre e essencialmente humana: na liberdade de não fazermos algo que as circunstâncias nos pedia hedonistica e definitivamente para fazer. Sacrificar o prazer em prol da razão. Acto extremamente difícil de se concretizar; talvez por dentro de nós ainda viver um animal cujo instinto persiste em nos levar à simplória satisfação das mais básicas necessidades.
Pôrra que este texto saíu com o amargo aroma da filosofia...Por aqui me deixo ficar, gritando vivas à liberdade.

3 Comentários:

Blogger Graza disse...

Está bem! Mas olha que a mãe tb te motivou! Devia ser bonita...

11:07 da tarde  
Blogger Toix disse...

Esse gajo é um taradão, que eu sei. A conversa da miúda foi só um pretexto para a mãe. Ou vice-versa.

1:40 da tarde  
Blogger Filipe disse...

Olha olha! O roto a falar do nu.

6:46 da tarde  

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