Rivalidades
A primeira facada penetrou na nádega. A segunda, com
pontaria mais certeira, rasgou-lhe o ânus. Na noite anterior, quando fora
expulso daquele bar, a ameaça tinha sido explícita: vais levar uma facada, uma
facada no cu seu cabrão!
Ninguém ligou à ameaça, toda a gente o subestimou. Despediram-no
com um empurrão que o jogou sobre terra. A mesma terra que agora bebia o sangue
do seu oponente.
Passados trinta dias o caso ainda era falado e o bar, ao
contrário do que se esperava, ganhou clientes . A maioria com uma curiosidade
mórbida, que as levava a querer ver e estar no lugar onde o mal triunfou sobre
o bem sob a forma de raiva, incompreensão e assassinato.
Não há dúvida: o mal existe e o diabo encontra-se em cada
esquina a magicar das suas.
Desta vez lembrou-se de fomentar rivalidades dentro de um
bar de uma cidade com milhares de pessoas, onde ninguém se conhece particularmente.
Rivalidades que desencadearam em mais um crime anónimo.
A faca tinha sido embebida num veneno poderosíssimo, um
veneno que levara a vítima à morte em poucos segundos.
O agressor foi preso e condenado a prisão até ao fim dos
seus dias.
Uma história que não tem final feliz. Por muito que ao autor
apetecesse. Nem mesmo dirigindo a atenção para o movimento do bar, lá, onde a
música prevalece, onde os risos fazem a festa e as disputas são prontamente reprimidas
pela força.
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