quinta-feira, abril 03, 2014

o amor das gaivotas



A noite, doente de amor, amava. A lua brilhava, falsa e mentirosa, como se tivesse luz própria; e a beira-mar, tranquila, acolhia vários casais de aves, dispersos  pela areia já arrefecida.  Um casal de gaivotas entregava-se ao sexo rápido e os outros, como que só para imitá-los, faziam o mesmo. Nas dunas, de binóculos a aumentar o poder de visão, eu rejubilava com tal frenesim. Mas o vento traiu-me numa mudança rápida de direcção e as aves, assustadas com o movimento do meu cheiro, levantaram vôo; primeiro uma e logo de seguida, outra, até que por fim, o bando todo. Eu dei-me por satisfeito e pus-me a caminho de casa repleto de amor dos animais.

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