segunda-feira, março 17, 2014

dar a vida por

Entre fábulas conquistadas à luz da força que irradia de ti, escuto a voz de outrora, aquela que já se fazia apresentar, milénios anteriores à data em que a Natureza inventou o sexo; uma voz potente e intolerante que ressoava pelos confins da terra primitiva até se ter misturado com a canção mesclada de infinitas partículas que se foram combinando até que os primeiros seres deram á luz por si só para originarem aquilo a que hoje chamamos vida.
Mais fácil é acreditar em Deus…
Os problemas existenciais têm raízes tão antigas quanto a memória; e Cristo surge e é construído com alicerces ancestrais e ultra reais. Cada um de nós tem Cristo insertado no seu código genético e se formos ao confins do nosso inconsciente encontramos inexoravelmente o problema da vida e a morte, surgindo à luz da mente o conflito entre “viver” e “dar a vida por”
Em cada um de nós se encerra um fim; Em cada um de nós existe o instinto de sobrevivência; e este instinto entra em conflito com a ideia da própria morte. E que melhor prenda podemos dar ao nosso ser, senão a aceitação desse mesmo fim? Senão a libertação para esse mesmo fim?
Cristo optou por morrer, libertou-se do que é terreno e deixou-se levar para a cruz; mas, se formos a ver bem não foi nada assim de tão especial: a crucificação era banal e prática corrente naqueles tempos de Império Romano e depois, não esqueçamos o filósofo grego Sócrates que quatrocentos anos antes da morte de cristo também optou por morrer bebendo o copo de sicuta.

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