dar a vida por
Entre fábulas conquistadas à luz da força que irradia de ti,
escuto a voz de outrora, aquela que já se fazia apresentar, milénios anteriores
à data em que a Natureza inventou o sexo; uma voz potente e intolerante que ressoava
pelos confins da terra primitiva até se ter misturado com a canção mesclada de infinitas
partículas que se foram combinando até que os primeiros seres deram á luz por
si só para originarem aquilo a que hoje chamamos vida.
Mais fácil é acreditar em Deus…
Os problemas existenciais têm raízes tão antigas quanto a memória;
e Cristo surge e é construído com alicerces ancestrais e ultra reais. Cada um
de nós tem Cristo insertado no seu código genético e se formos ao confins do
nosso inconsciente encontramos inexoravelmente o problema da vida e a morte,
surgindo à luz da mente o conflito entre “viver” e “dar a vida por”
Em cada um de nós se encerra um fim; Em cada um de nós
existe o instinto de sobrevivência; e este instinto entra em conflito com a
ideia da própria morte. E que melhor prenda podemos dar ao nosso ser, senão a
aceitação desse mesmo fim? Senão a libertação para esse mesmo fim?
Cristo optou por morrer, libertou-se do que é terreno e
deixou-se levar para a cruz; mas, se formos a ver bem não foi nada assim de tão
especial: a crucificação era banal e prática corrente naqueles tempos de
Império Romano e depois, não esqueçamos o filósofo grego Sócrates que quatrocentos
anos antes da morte de cristo também optou por morrer bebendo o copo de sicuta.
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