sábado, maio 18, 2013

Impossíveis

Via-se que estava cansado mas também que havia uma urgência no seu olhar. Corria de língua de fora. Quando o vi apenas travei e esperei que saísse da estrada para o lado que escolhesse. Escolheu a berma da estrada e eu passei por ele pela esquerda, enquanto lhe dirigia um último olhar. Foi quando me senti mal. Percebi que o animal havia sido abandonado há pouco tempo. Era óbvio que andava atrás do tempo que já tinha passado. Seguia a estrada por um caminho cheio de vazio. O vazio proporcional ao tamanho do amor que nutria pelo seu dono. Infinito. Fatigado corria atrás dele ignorando os impossíveis. O impossível de alcançar o automóvel; o impossível de voltar a ver aquele dono; o impossível de ter sido abandonado.

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