sábado, janeiro 17, 2009

O sonho


Moonlight Sonata - Beethoven

Acabei de adormecer. Acabei de entrar no meu sonho e de abrir os olhos. Imaginei-me a vaguear dentro da minha própria mente. Comecei a andar. As encruzilhadas sucediam-se umas às outras. Ao fim de um bocado entrei num corredor com portas fechadas do lado direito. Abri a primeira e entrei na sala. Estava um vento frio e na parede do fundo estava um quadro com qualquer coisa escrita. Aproximei-me até que consegui ler. "Todas as salas da tua mente têm esta mensagem escrita. Cresce! Esforça-te! Aprende a última forma de amar! Todas menos uma em que nada está escrito. Quando entrares nessa sala vais ter de morrer. E para renasceres e viveres de novo vais ter de encontrar no vazio e no escuro uma porta nova. Boa Sorte!"
Saí daquela sala intrigado e entrei na segunda porta onde estava muito calor e a mesma mensagem ao fundo.
Na terceira porta, ao abrir, o chão sumiu-se e comecei a cair. Nunca mais parava de cair.Abandonei-me à queda. Aceitei a morte. Acordei no segundo seguinte. Mas não estava no meu quarto, na minha cama. Estava no teu. E ao meu lado dormias serenamente com os lábios entreabertos, mais bonita do que nunca. Fiquei a observar-te muito tempo até que adormeci e acordei outra vez no sonho, numa sala escura. O silêncio era ensurdecedor. Enchia-me os ouvidos até que uma voz dentro de mim soou grossa, como se fosse Deus a falar: "Vais morrer!" Então o medo apoderou-se de mim. Suei, chorei, gritei, desesperei, até que o teu sorriso apareceu desenhado em mim. E eu pensei, "vou ficar bem". Comecei a andar. Bati na parede e segui-a com as mãos até que encontrei uma porta. Quando a abri encontrei-te do lado de fora, de costas para mim. Chamei o teu nome mas permaneceste quieta. Toquei no teu ombro e tu viraste a cara. Fixei-te os lábios. Sorrias ironicamente. Quando levantei o olhar para os teus olhos vi que afinal não eras tu. Olhava de repente os olhos da própria morte que me subjugava sugava toda a minha energia e me forçava lentamente a deitar-me no chão. Então morri definitivamente . Foi quando acordei na minha cama, sozinho, no meu quarto. Reparei que o telemóvel tocava. O teu nome aparecia no visor. Omer Goldman. Disseste-me "bom dia! Hoje é o primeiro dia do resto da tua vida." Eu sorri e não consegui falar. Só pensei: "Por ti vou até ao fim do mundo!"

2 Comentários:

Blogger Ƭ. disse...

esta música e o texto, combinação perfeita.
belo espaço.
:)

9:28 da tarde  
Blogger Filipe disse...

Calhou bem hein?

2:27 da tarde  

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