sexta-feira, janeiro 09, 2009

Henry Miller

"(...)Afinal de contas, o mundo em que habitamos é apenas a imagem que reflecte o nosso caos interior. Os nossos médicos, os nossos homens de leis fanáticos, todos os bem penteados pedagogos e mistificadores que dominam o palco, tentam fazer-nos crer que, para participar na vida da sociedade, o selvagem, o primitivo, que é o nome que dão ao homem natural, tem que ser acorrentado e peado. Todo o indivíduo capaz de criar sabe que isto é mentira. Nunca se conseguiu fosse o que fosse através das proibições, das peias, das algemas, das correntes a que os homens se têm condenado uns aos outros. Nem o crime nem a guerra, nem a concupiscência nem a cobiça, nem a maldade nem a inveja, foram jamais eliminadas por este meio. Tudo o que, em nome da Sociedade, se tem feito é perpetuar a grande mentira
Supor que, a não ser que refreados pelo medo do castigo, os homens desatarão a matar, a pilhar, a sodomizar e a torturar ad infinitum, é caluniar o género humano. Se lhes for dada a menor oportunidade hão-de manifestar o que de melhor há neles. (...)"

4 Comentários:

Blogger Val Du disse...

É, o melhor ainda virá.
A oportunidade é essa.
Quem pode faz acontecer.

Abraços.

10:15 da manhã  
Blogger Arábica disse...

Pipa,


Obrigada pela tua visita lá, pela atenção e tempo que dedicaste a cada post, dos grandes -da Omer- ao mais pequeno pensamento, meu.

Estou de acordo com Miller, ou não fosse eu, a que há já uns anos, sente necessidades periódicas de distância com o mundo, ou melhor dizendo, com esta sociedade de valores trocados, doenças várias, vazios constantes...

Talvez essa crença de manter o ser, rigidamente apertado entre leis, tabus e dogmas, venha da grande necessidade da normalização das coisas e das pessoas...do medo do desconhecido, da aventura, do amanhã, dos sentimentos, das emoções que tantas vezes incomodam os que não nos desejam, seres pensantes e pró-activos.

Que nos querem coisa normalizada, coisa de destino pré aceite e sem escolha.


Julgo que a Omer é um exemplo de coragem, ao desafiar as leis do seu país, porque pura e simplesmente não aceita ser integrada num grupo militar que fere e viola as suas mais puras crenças.

Ainda me lembro de no século passado, ter sentido a mesma admiração por Anne Frank, que através de uma janela e da visão limitada de uma árvore, decidiu sonhar mais alto que a morte...

Morreu.

Mas ficou o seu sonho, para comover e inspirar todas as gerações vindouras...talvez seja esse mesmo sonho, que à noite pouse sobre Omer...


Um beijo, bom fim de semana

3:46 da tarde  
Blogger Filipe disse...

Val Du, talvez não tenhamos, nunca, mais do que o agora...

Arábica, nós, um pouco livres das teias da sociedade, semeamos todos os dias com o exemplo sementes de liberdade nos adultos que olham para nós, nos animais mais curiosos,e sobretudo, nas crianças que se nos deparam, puras, inocentes e ainda pouco viciadas.
Pelo menos é o que por enquanto faço. Entretanto, gostava de saber mais sobre a Omer. Aquela carta pelo que percebi é actual...

4:38 da manhã  
Blogger Filipe disse...

Val Du Abraços

Arábia, Retribuo o teu beijo, os beijos são uma das melhores descobertas humanas...

4:41 da manhã  

Enviar um comentário

Subscrever Enviar feedback [Atom]

<< Página inicial