Princesa
No princípio não havia nada. Depois, a luz entrou nos olhos dele. Cegou-o. Ficou tão aflito que perdeu o equilíbrio e caiu estatelado no chão. Desmaiou ali mesmo e o que o acordou foi uma voz serena de uma mulher que logo imaginou bela, de cabelos negros, pele bronzeada pelo sol, dotada de sentimentos bons e dona de uma barriguinha linda. Uma autêntica princesa. E foi assim que se lhe dirigiu, Princesa?, Sim, Não vejo, Pensas que não vês, ora abre os olhos!
Ele abriu os olhos e o nada apareceu-lhe à frente na forma e côr da noite escura, Não vejo, repetiu. Ela fechou-lhe os olhos numa carícia e depois beijou-lhe as pálpebras ternamente. Duas lágrimas brotaram dos seus cegos olhos e ela disse, Eu sou tua, abre os olhos, já passou.
Ele abriu, viu-a, e os seus lábios transformaram-se num sorriso.
Quando de seguida se abraçaram já não se percebia quem era quem. Apertaram-se com tanta força que começaram a fundir-se e a entrar um no outro. Foram rapidamente absorvidos pela húmida terra fértil.
Naquele sítio, anos depois, cresceu uma árvore de um tronco gigantesco que se bifurcava simetricamente até à altura de vinte andares.
Hoje é o centro de um grande parque, as crianças são magneticamente atraídas por ela e passam o tempo a correr e a dançar à sua volta. Os adolescentes cravaram-na de corações apaixonados, os adultos experimentam uma estranho e insondável sentimento e os velhos, que sabem já e definitivamente tudo o que a vida lhes ofereceu e negou, dizem, Olhar para aquela árvore dá... qualquer coisa como... conforto...sim, é isso: olhar para aquela árvore dá conforto!
Ele abriu os olhos e o nada apareceu-lhe à frente na forma e côr da noite escura, Não vejo, repetiu. Ela fechou-lhe os olhos numa carícia e depois beijou-lhe as pálpebras ternamente. Duas lágrimas brotaram dos seus cegos olhos e ela disse, Eu sou tua, abre os olhos, já passou.
Ele abriu, viu-a, e os seus lábios transformaram-se num sorriso.
Quando de seguida se abraçaram já não se percebia quem era quem. Apertaram-se com tanta força que começaram a fundir-se e a entrar um no outro. Foram rapidamente absorvidos pela húmida terra fértil.
Naquele sítio, anos depois, cresceu uma árvore de um tronco gigantesco que se bifurcava simetricamente até à altura de vinte andares.
Hoje é o centro de um grande parque, as crianças são magneticamente atraídas por ela e passam o tempo a correr e a dançar à sua volta. Os adolescentes cravaram-na de corações apaixonados, os adultos experimentam uma estranho e insondável sentimento e os velhos, que sabem já e definitivamente tudo o que a vida lhes ofereceu e negou, dizem, Olhar para aquela árvore dá... qualquer coisa como... conforto...sim, é isso: olhar para aquela árvore dá conforto!
7 Comentários:
«...a boca espera ... espera o ardor do vento ... beber a água mais funda do teu ser / se a luz é tanta como se pode morrer?» excerto de poema de Eugénio de Andrade
Lindo este post, adorei... Que abraço ... tântrico, não?
Não sabia que as princesas tinham assim tanta luz que até podiam cegar. Como é que sabes? Já encontraste alguma?
Até já encontrei rainhas...!
Rainhas? Pipa... de certeza?!...
Sim, sintética.
porquê sintética? outra curiosidade: as princesas têm barriguinhas diferentes das outras mulheres?são barrigas especiais?
sim, as princesas têm barrighuinhas muito especiais!
as princesas são especiais na sensibilidade, por isso n conseguem dormir com uma ervilha debaixo do corpo, nem k esta esteja debaixo do colchão, magoam.se com facilidade...
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