Dóminó
Foi bom ver os velhos jogarem o dóminó. Ficam muito tempo em silêncio a escolher a pedra para jogar e depois, em silêncio, ficam à espera que os outros joguem e chegue a sua vez. Quase dá para ver o passado que têm agarrado às costas, ali, como um grande gigante que logo é sacudido e esborrachado para nenhures, quando a partida acaba e eles desatam em comentários sobre o que se passou em cima da mesa, parecendo ter outra vez 20 anos... Nova partida, novo silêncio. E o gigante de cada um agarra-se novamente às suas costas, resoluto, como uma lapa.
Foi bom ver os velhos jogarem o dóminó.
E nós, que somos novos, alegres, parvos, analfabetos, nós que para lá caminhamos, oremos aos deuses e à providência para que, quando lá chegarmos, possamos ter lugar numa mesa com as sete pedras para jogar.
Foi bom ver os velhos jogarem o dóminó.
E nós, que somos novos, alegres, parvos, analfabetos, nós que para lá caminhamos, oremos aos deuses e à providência para que, quando lá chegarmos, possamos ter lugar numa mesa com as sete pedras para jogar.
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