O bêbado
O homem estava deitado em plena via pública, debaixo de um túnel. Tinha o pénis de fora da braguilha. Parei a averiguar se estava bem. Olhou-me com os olhos fixos. Continuei a andar pois tinha coisas que tinha de fazer (…). Porém, não consegui andar mais que 30 metros até um pensamento muito claro e lúcido se formar na minha cabeça para deter a minha marcha:”Aquele homem não está bem!” Inverti o sentido rapidamente e dirigi-me resolutamente ao túnel. Lá estava ele na mesma posição. “Sr.! Está bem?” Olhava-me com os olhos esbugalhados. “O que esteve a beber?” Nesta altura o homem lutava para esconder o sexo dentro das calças. A luta ainda foi maior para apertar a braguilha. Insisti “O que esteve a beber?” Respondeu ao mesmo tempo que levantava o queixo, como que para empurrar a palavra: “Cerveja!” “E mais do que a conta! Quer-se levantar?” Como não respondesse repeti:”Quer-se levantar?” Assentiu com a cabeça. Estendi-lhe a mão, agarrei-lhe o pulso, ele fez o mesmo ao meu e, assim ligados fizemos uma tentativa frustrada. O fulano não se tinha nas pernas. “Bateu com a cabeça!”, disse-lhe ao notar um galo enorme, ensaguentado, na testa. À segunda ele levantou-se, mas não sem ficar pálido como a polpa de uma maçã paradisíaca. Não desmaiou… Declarou: “Eu quero é mijar…” “Bom, respondi, tem aqui ao lado um café, ali em frente outro...” Mas verifiquei que o homem não havia de conseguir dar dois passos sozinho, pelo que lhe disse: “Se for sempre assim apoiado à parede, depois da esquina tem um café!” E continuei a frase a pensar “donde se calhar o expulsaram…” “Ou então... faz mesmo por aqui!”, disse lançando um olhar em volta. Ele resolveu-se afirmando:”Vou fazer mesmo aqui!” Despedi-me dizendo-lhe:”não beba tanto sr.!” Foi engraçado...ele concordou com um aceno de cabeça.
1 Comentários:
acabei por te responder por lá mesmo..
um abraço.
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