O engano do adolescente
Ele tinha entre as pernas o muro que dava para a linha de
comboio. À primeira vista pareceu-me que ostentava a atitude da maioria dos
adolescentes solitários gritando o seu ego a sete ventos para quem quer que
fosse a passar, aqui estou, dizia com o corpo atrevido, sou diferente, ninguém
sente o que eu sinto ou como eu
sinto.
Antes fosse assim simples.
O comboio anunciou a passagem sem paragem com dois
apitos. E ao passar, por muito que tivesse travado e apitado ceifou a vida do
jovem que se atirara para a frente da máquina ferroviária
O que aconteceu antes acontecerá depois e as fatais horas
estarão sempre à nossa espera para nos injectarem na língua o veneno horrível
e de mau gosto, o veneno da morte não anunciada.
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