quinta-feira, setembro 12, 2013

Bom dia companheiros!



Os prédios dormem, gigantes, apesar do grito ofegante das árvores que mudam a essência do seu respirar. Um homem sai de casa e dirige-se à praia feita de grãos enormes de areia basaltica cujas unidades pesam mais de duzentos gramas; chega ao pé da água, suspira um alívio merecido, pensa, pronto, já vi o mar, e volta com os pés cheios de humanidade, revigorado, para mais um dia de trabalho.
Os bancos de jardim esperam, solitários e frios, a companhia e o assento das nádegas quentes das pessoas. O parque infantil, com os seus baloiços, castelo, e cavalinhos de molas, aguarda ansioso a ansiedade viva e os gritos contentes das crianças que, sob o olhar atento dos pais, são levados a abordar os aparelhos e a brincadeira o mais calmamente possível.
E eis que amanhece. A primeira luz faz-se ouvir silenciosamente e avança, devagar, a trezentos mil quilómetros por segundo, alcançando primeiro os olhos já abertos, depois tudo o que é  morto, se é que há alguma coisa inanimada neste mundo, ainda as folhas paradas, e então, as finas pálpebras do pássaro que do seu ninho diz aos outros, a jeito de canção, sem ser por obrigação, mas por acontecer naturalmente, bom dia companheiros!

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