sexta-feira, outubro 27, 2006

Viver

A vida transforma-nos. Esperemos que o faça para melhor; mais belos, mais fortes, mais justos; menos imponderados; menos inconscientes, menos despropositados.
A vida ela própria é transformação, desde o início. Porém nós já somos alguma coisa, desde o início. Alguma coisa no meio e à volta de tudo. Alguma coisa que não pára, que não pode parar nunca, como o tudo também sempre em movimento. Mas haverá alguém que não saiba disto?
Herdeiros e nascidos em algo já construído, de cujas forças fazemos incontornávelmente parte. Mesmo os mais velhos, que no leito da morte recordam o passado, velados pelos seus descendentes, têm uma herança. Mas eu sou novo e por isso, agora que falo dos velhos que recordam, incorro num erro: o de falar sobre o que não sei. Posso talvez e apenas pressentir...
Não sei viver e vivo, invisto em coisas que me porporcionam o sentimento de aprendizagem, de transformação, e o rigor, qualidade para mim indispensável às relações humanas e a qualquer outro tipo de construção, dá-me muitas vezes, aplicado a mim mesmo, a sensação de me comportar de forma insatisfatória. E é assim que vivo. E é assim que falo de mim mesmo, escrevendo. Fazê-lo oralmente, transmitindo-o a outra pessoa é-me dramaticamente difícil. Talvez o possa superar, se é que vale a pena para o sentimento de plenitude social, porque afinal, nós fazemo-nos com os outros. Nós socialmente só somos com os outros. Os outros socialmente só são connosco. Então, os outros, que são, connosco, que sejam o melhor que puderem. Ajudemo-los como nos têm ajudado a nós.
Brindemos todos à experiência que é viver.
Depois há o reverso da medalha: A plenitude individual! Quando, sem sabermos porquê, não conseguimos dormir e a noite está um paraíso acolhedor, com a lua a brilhar aquele brilho inerte, parado, iluminando o que nos é familiar de forma silenciosa, misteriosa, poder-se-ía dizer até, iluminando o próprio vento.
já chega de conversa.
talvez consiga agora ganhar um joguinho de xadrez, os últimos que tenho feito foram só derrotas.

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