Um propósito
Tinha passado a noite toda a dançar e eu, sentado a uma mesa discreta, observei-a com o coração rejubilado.
Muitos homens a abordaram e com ela dançaram eu não me imiscuí porque afinal, aos 35 anos convém que um homem já conheça minimamente as suas limitações; Deus deu-me dois pés saudáveis mas de chumbo.
Mas quando a música parou e a mulher se propunha a ir embora o meu coração saltou e bateu-me no peito com extrema violência, como se quisesse avisar-me de um perigo qualquer. Eu tinha de falar com ela. Havia qualquer coisa a fazer. Ela era demasiado bela. Hesitei por alguns segundos. Depois, levantei-me e avancei na sua direcção; porém nesse momento ela cruzara já uma esquina da discoteca e eu sabia que apenas a 10 metros se encontrava a porta da saída. Merda! Ia perdê-la para sempre! Corri aflito para cruzar a esquina o mais depressa possível. Podia ser que ainda a visse sair da porta e assim tomar conhecimento da direcção que tomasse. Estava decidido a segui-la e a abordá-la directamente com toda a sinceridade dos sentimentos que ela despertava em mim. Ao cruzar a esquina, rapidamente, verifiquei surpreso que ela estava a meio do corredor a olhar para mim. O brilho dos olhos dela entrava por mim adentro enchendo-me de um bem-estar insuspeito. Comecei a andar até que cheguei perto dela. "Não consegui tirar os olhos de si toda a noite!" Ela sorriu, agarrou-me no braço e começámos a andar em direcção a qualquer coisa, definitivamente. Ela respondeu: "Eu sei! Mas não diga nada. Sou advogada, o meu mundo está cheio de palavras; importa-se que lhe faça um pedido?" Assenti com um sorriso sério. "Leve-me a um lugar bonito." Assim, continuámos a andar em silêncio sem que eu soubesse já quem conduzia quem. No entanto eu não conseguia tirar da cabeça o facto de me ter sentido bem, pela primeira vez, ao ser agarrado por uma mulher. Levei-a a um jardim que repousava monumentalmente em cima de uma colina da cidade. Depois fomos para minha casa. Ela deve ter engravidado nessa noite pois nove meses depois nasceu a Catarina. Mas isto passou-se há muito tempo. Hoje, passados 22 anos, foi a Catarina que teve um filho...o meu propósito era transmitir o que é para mim o amor e o que se sente quando se é avô. Mas acho que não consegui. Pois não?
Muitos homens a abordaram e com ela dançaram eu não me imiscuí porque afinal, aos 35 anos convém que um homem já conheça minimamente as suas limitações; Deus deu-me dois pés saudáveis mas de chumbo.
Mas quando a música parou e a mulher se propunha a ir embora o meu coração saltou e bateu-me no peito com extrema violência, como se quisesse avisar-me de um perigo qualquer. Eu tinha de falar com ela. Havia qualquer coisa a fazer. Ela era demasiado bela. Hesitei por alguns segundos. Depois, levantei-me e avancei na sua direcção; porém nesse momento ela cruzara já uma esquina da discoteca e eu sabia que apenas a 10 metros se encontrava a porta da saída. Merda! Ia perdê-la para sempre! Corri aflito para cruzar a esquina o mais depressa possível. Podia ser que ainda a visse sair da porta e assim tomar conhecimento da direcção que tomasse. Estava decidido a segui-la e a abordá-la directamente com toda a sinceridade dos sentimentos que ela despertava em mim. Ao cruzar a esquina, rapidamente, verifiquei surpreso que ela estava a meio do corredor a olhar para mim. O brilho dos olhos dela entrava por mim adentro enchendo-me de um bem-estar insuspeito. Comecei a andar até que cheguei perto dela. "Não consegui tirar os olhos de si toda a noite!" Ela sorriu, agarrou-me no braço e começámos a andar em direcção a qualquer coisa, definitivamente. Ela respondeu: "Eu sei! Mas não diga nada. Sou advogada, o meu mundo está cheio de palavras; importa-se que lhe faça um pedido?" Assenti com um sorriso sério. "Leve-me a um lugar bonito." Assim, continuámos a andar em silêncio sem que eu soubesse já quem conduzia quem. No entanto eu não conseguia tirar da cabeça o facto de me ter sentido bem, pela primeira vez, ao ser agarrado por uma mulher. Levei-a a um jardim que repousava monumentalmente em cima de uma colina da cidade. Depois fomos para minha casa. Ela deve ter engravidado nessa noite pois nove meses depois nasceu a Catarina. Mas isto passou-se há muito tempo. Hoje, passados 22 anos, foi a Catarina que teve um filho...o meu propósito era transmitir o que é para mim o amor e o que se sente quando se é avô. Mas acho que não consegui. Pois não?
2 Comentários:
estava curiosa em como iria acabara história...e foi lindo o final! avô baboso!:)
:) Moriana: fico contente por teres gostado!
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