o amor das gaivotas
A noite, doente de amor, amava. A lua brilhava, falsa e
mentirosa, como se tivesse luz própria; e a beira-mar, tranquila, acolhia
vários casais de aves, dispersos pela
areia já arrefecida. Um casal de
gaivotas entregava-se ao sexo rápido e os outros, como que só para imitá-los,
faziam o mesmo. Nas dunas, de binóculos a aumentar o poder de visão, eu
rejubilava com tal frenesim. Mas o vento traiu-me numa mudança rápida de
direcção e as aves, assustadas com o movimento do meu cheiro, levantaram vôo;
primeiro uma e logo de seguida, outra, até que por fim, o bando todo. Eu dei-me
por satisfeito e pus-me a caminho de casa repleto de amor dos animais.
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