O criminoso
Pousei a sua cabeça com cuidado e corri na direcção do criminoso. No fim do beco, olhando para a esquerda, vi o homem que corria. Agradeci ao momento por estar em forma e lancei-me atrás dele. Comecei a ganhar terreno e reconheci nele a fadiga. Quando o alcancei ele já corria devagar. Eram 4 da manhã. As ruas estavam desertas. Fiz uma "placagem" e, pronto para tudo, virei o seu rosto na minha direcção. Os seus olhos e rosto estavam carregados de um terror que não sabia existir e não ofereceu resistência. De repente acalmou-se e disse numa voz muito controlada e serena: "Ela era minha mulher. Mereceu morrer."
Eu acreditei nele e larguei-o. Antes de me dirigir para minha casa desejei-lhe boa sorte.
Somos todos geridos por forças que nos podem transcender. Quando cheguei junto ao cadáver da mulher, dois polícias estavam debruçados sobre ela e rodeados de vizinhos.
"Viu o homem que fez isto!" Afirmou a D.Rosa, a rainha da coscuvilhice, alertando os agentes para a minha presença. "Sim, vi D. Rosa! E para a autoridade apontei o beco: "Ele fugiu naquela direcção!"